Gravura 8
Outra enorme laje de granito na parte mais alta do conjunto, na face sul do Monte da Costa. Na parte mais horizontal temos figuras típicas da arte atlântica, são motivos repetidos milhares de vezes nas rochas gravadas da Galiza e de Portugal, são milhares de superfícies que acolhem covinhas e combinações circulares, motivos que chamamos abstratos ou geométricos. Aqui temos diversas covinhas soltas, isoladas ao longo do painel, e outras dentro de uma linha curva e apertada tendendo a um circulo imperfeito. Existem também duas combinações circulares de dois e três anéis e com uma covinha no centro. Em direção a nascente, onde a laje está mais inclinada, existe uma linha muito longa de 1,6m. que descreve uma figura com certa aparência antropomórfica. No seu interior contém duas covinhas rodeadas por uma linha.
No lado direito, numa parte inclinada da laje, existem cerca de trinta grandes covinhas sem ordem aparente, mas tendendo a formar uma linha alongada para baixo. Neles há um zoomorfo, um animal quadrúpede, cauda muito longa terminando em covinha e dois apêndices na cabeça.
Quando em 2016 no IEM (Instituto de Estudos de Minorias) desenhamos o Projeto Equus, esta era a única área com animais que conhecíamos em Porreiras/Insalde. O Projecto procurava todos os petróglifos com animais nas duas margens do Minho entre o sul da Ria de Vigo e o norte de Lima, naquela altura eram três dezenas de cada lado, hoje, oito anos depois, há um mais cem devido à intensa prospecção especializada e ao aprimoramento das técnicas de análise proporcionadas pela fotogrametria.
As conclusões parciais deste projeto são que a norte da Ria de Vigo o animal mais representado é o veado, enquanto a sul é o veado vermelho, apenas 10% da superfície tem cervídeos. Quando há cena de caça no norte, o cervo é o animal caçado e na nossa região em 90% dos casos o ator principal é um equídeo. A cena típica consiste em homens a pé ou a cavalo, auxiliados por cães, assediando um equídeo para caçá-lo com armas presas ao seu corpo para fazê-lo cair numa armadilha circular ou retangular, num fosso ou numa rede para caçá-lo vivo. Há sítios com painéis únicos com zoommorfos e há sítios onde se agrupam vários painéis com equídeos – e cervídeos –, como é o caso do Monte da Costa. Verificamos também que o local onde foram gravados os painéis com animais coincide com o local ideal (nascente de riachos secos, vales e fechados em vários lados) para serem caçados porque a orografia facilita o seu encurralamento.


