O MONTE DA COSTA AS PORREIRAS
Em 2016, Cándido Verde Andrés da Garda descobriu a primeira laje com gravuras no Monte da Costa. As visitas posteriores levaram a que hoje conheçamos uma centena de painéis com arte rupestre. Naquela época, nesta zona sul da Serra do Extremo e em todo o concelho de Paredes de Coura, apenas uma superfície era conhecida, um painel com combinações circulares e covinhas na encosta oriental do Monte de São Silvestre.
O Monte da Costa situa-se num local de passagem que liga o alto vale do rio Vez ao alto vale do rio Coura e também aos terraços aluviais da margem esquerda do Minho. Atinge 570 m. de altitude como o extremo dos terrenos situados entre O Cardio, com 745 m., a nascente, e São Silvestre, a poente. Dois braços da Serra do Extremo que morrerão a norte no rio Minho.
Embora se conhecesse apenas uma superfície com gravuras, tínhamos indícios de 22 mamoas em terrenos situados entre a Boulhosa e São Silvestre. Surgiram, também, duas estelas, em 1905 e 1910, entre a Fonte dos Tornos e a Fonte da Queimada em Boulhosa, e no lugar de Casal, ambas conservadas no Museu Nacional de Arqueologia.
Assim, temos consciência da importância que o local teve durante seis milénios para as comunidades que viveram na zona.
AS GRAVURAS
O Monte da Costa e a sua envolvente não são importantes pelo número de superfícies registadas mas sim pelo seu conteúdo. Duas tradições artísticas concentram-se no local, por um lado, a arte atlântica, por outro, a arte esquemática peninsular. Na arte atlântica, estão presentes motivos abstratos ou geométricos como covinhas e combinações circulares e motivos naturalistas, como canídeos, equídeos, um cervo e seres humanos. Na arte esquemática peninsular, que aparece em Espanha e Portugal, maioritariamente pintada em abrigos, os motivos são escadas, barras paralelas, pontos e antropomorfos. No Monte da Costa convergem duas tradições artísticas, como acontece em poucos locais de Portugal e da Galiza.