Gravura 6
Esta falésia de meia encosta apresenta grupos de covinhas gravados na parte superior, à direita. Na parte inferior aparece um quadrúpede de corpo rebaixado, cauda muito longa e dois bons apêndices na cabeça. Embora os mais representados sejam equídeos, têm alguma semelhança com um bovídeo. À frente do animal encontram-se duas figuras que acrescentam mais importância ao Monte da Costa por serem muito raras na arte rupestre. São duas figuras sub-retangulares que medem 26×33 e 25×19 cm. com a face inferior maior aberta e na superior um apêndice retangular que lhe confere uma certa característica antropomórfica. A figura menor tem duas covinhas no interior. Estes desenhos remetem-nos para as placas do sudoeste da Península Ibérica, catalogadas por Katina T. Lillios na página do ESPRIT. As placas aqui gravadas podem pertencer ao tipo 111, deste catálogo.
A constante representação humana mais ou menos esquemática verifica-se tanto nos petróglifos como na antropomorfia de algumas estelas, das pedras colocadas no pátio da anta ou no corredor, e também nos menires, estelas e estelas-menires. Este fenómeno verifica-se ao longo do Neolítico, Calcolítico e Idade do Bronze – entre 6.000 e 3.000 anos atrás – com ou sem atributos (punhais, espadas, alabardas…). Esta passagem de gravar ou pintar apenas animais durante o Paleolítico transformou-se na arte esquemática peninsular na maioria das gravuras de antropomorfos esquemáticos, por vezes muito esquemáticos, e são figuras que chegam ao sítio do Monte da Costa nas rochas 4 e 5, e 7 e 9.
Estamos num local onde se conjugam a tradição artística atlântica, a arte esquemática peninsular e as influências do centro e do sul de Portugal.


